MECANIkA
Teatro de imagem, marioneta contemporânea
MECANIkA tem como objectivo desenvolver e explorar formas artísticas multiformes, desde a marioneta actual aos mais variadas formas de expressão artística, relacionando-os num campo que se pode denominar de teatro de imagem.
MECANIkA representa um olhar particular sobre a nossa realidade contemporânea e a forma como nos referenciamos a ela. As diferentes realizações de Paulo Duarte, que é o referente artístico e fundador da companhia, ao longo do seu percurso, seja nas artes plásticas ou performativas, constituem uma visão especifica e contemporânea, numa realidade metafórica.
As suas propostas procuram sempre o sentido da imagem, aquela que desde a génese do projecto é o motor da representação. Essa imagem constitui a representação visual e plástica e pode ser natural ou artificial, tangível ou conceptual. Pode manter uma semelhança directa com o seu modelo ou, pelo contrario, ter uma relação puramente simbólica. A imagem é assim um elemento de uma linguagem especifica. As traduções, ou melhor, as interpretações pela imagem, criam uma verdade complexa, repleta de paradoxos. Mesmo quando parece desnuda de ambiguidade, a imagem abre espaços e complexifica a realidade.
Embora nos pareça que a imagem – e o arquivo que ela forma quando se multiplica mesmo que seja irrisório, seguindo o desejo de recolher esse mesmo arquivo e sobretudo de compreender essa multiplicidade - nunca a imagem se impôs com tanta veemência no nosso universo estético, técnico, quotidiano, politico, histórico. Nunca ela demonstrou tantas verdades cruas; nunca, no entanto, ela nos mentiu tanto solicitando a nossa credulidade, nunca ela foi tão prolifera, e nunca ela sofreu tanta censura e destruição .
Georges Didi-Huberman
"Pensando nas imagens" em torno do trabalho de Georges Didi-Huberman - textos reunidos por Laurent Zimmerman - Georges Didi-Huberman, Arnaud Rykner, Karin Winkelvoss, Estelle Jacoby, Martine Créac'h, Muriel Pic Edições Cecile Defaut – 2006
ELES FALAM SOBRE ISSO